sábado, 31 de janeiro de 2009

A JANELA



Eis a janela
Traz um pouco do mundo
Permanecer por trás dela?
Idéia falsa de proteção
E o olhar avança através dela,
Árvores e postes,
Pássaros voando
Morteiros explodindo
Um minuto de silêncio
Barulho de carro passando...
Ouvir e enxergar tudo...sensações
E nessas grades, segurança de que?
De mim ou dos outros...
Mesmo com a janela aberta,
o corpo continua trancafiado.
E tão somente o pensamento se liberta,
Poder ir as nuvens,
alçar vôos numa pipa.
Parar e olhar para baixo.
tontear e sentir aquele imã
que te leva para o abismo.
E as grades te salvam,
Impedem o salto,
de chegar ao asfalto,
de repente a sorte,
não te levará a morte.
Desejar o céu,
e querer o chão
E o melhor é apenas
ter a visão do horizonte,
Ali ao longe,
onde poderia estar,
Alcançar o que não se pode ter,
ali onde o por-do-sol
traz a falsa sensação
de que toca na terra e se esconde
O distante dá forças
para transpor as grades
que impedem a saída da janela.

sábado, 24 de janeiro de 2009

IMPERFEIÇÃO?





Por que a perfeição?
Se a imperfeição atrai.
Gostar do mais salgado,
Daquele excesso.
Como é bom salgar...
Desejar a pimenta,
Aquela que vai acalorar.
E o chocolate?
Hum...vai engordar.
Viver na fossa,
Nela se afogar,
Querer o fogo,
Nele se queimar,
E depois se atirar no mar.
Jamais se limitar.
Precisar errar?!
Ser somente você...
Pecar, viver e arrepender
Deixar-se cair,
É preciso quebrar,
Os cacos juntar,
Transformar-se.
Com essa vida brincar.
Ser uma obra-prima ao seu modo.
Essa confusão que atrapalha.
Mas essa é a graça da falha,
Uma louca inconstância.
Como uma rosa cheirosa.
Que ao ser tocada te sangra,
Com os seus espinhos traiçoeiros,
Deliciosamente perigosa,
Mais que estranho desejo,
Querer a rosa,
Aquela que a qualquer tempo
irá te fazer chorar.

Viver e morrer



VIVER E MORRER

Viver e morrer a cada dia
Sim já disseram isso...
Aproveitar a vida.
Um acordar e desfalecer constante.
O soprar do vento,
num único instante,
Vem, envolve-me e some,
Faz-me feliz,
aquele milésimo de segundo,
o inesquecível,
o melhor na lembrança,
sim é a felicidade,
É danada, é passageira,
E a persigo e corro
na busca do sorriso,
aquele que me inebria,
Chega e me traga e me afaga
num tempo mágico,
que num piscar repentino
torna-se infinito.
É minha história
é vida e finda na morte,
que se faz eterna
em minha memória.