Na busca do inalcançável todos vamos insatisfeitos com tudo esse mundo não é o bastante Ambições que nos movem o outro ser torna-se um mero objeto que pode ser esmagado tudo é válido pra ser reconhecido a ética inexiste o importante é o poder ser abastado, ser idolatrado. Nobreza em riqueza Alma de pura pobreza Queira! Seja! Possua! Se necessário destrua Chegue ao topo Se não conseguir Um nada será.
Mãos sentido mais aguçado elas moldam, desenham e olham Fazem comer E num toque acariciar num instante te esbofetear Mâos que amassam, se chegam e apertam. fazem chorar num beliscar E cócegas pra sorrir Mãos que falam Áqueles que não falam Mãos que olham àqueles que não olham Elas afagam, empurram, e matam. Nos gestos ofendem, consolam e amam. Elas te chamam Acenam e te dizem adeus...
Pelos pés maltratados sigo no mundo desconhecido os protejo e os destrato deixo-os calejados Partes de mim que escondo. Necessito deles mas os trato com descaso. No calor sufocados, na chuva ensopados Invisíveis a mim sinto quando são pisados, os dedos sendo esmagados Essenciais ao dançar, exigidos com precisão não podem falhar, Seguem mesmo na dor a passos firmes.