terça-feira, 30 de junho de 2009

SEDES...DO NOVO...DA TRAGÉDIA...



Notícias que movem o mundo,
atração por tragédias.
Somos seres esquisitos.
Aquilo que ontem foi comoção
hoje é banalidade.
Pois algo maior aconteceu.
Um avião que cai,
Uma doença nova surge, pandemia,
Uma celebridade morre.
Quanto maior o número de vítimas
Quanto mais fatal a doença,
Quanto mais polêmica a celebridade...
Melhor!!!
Todos os dias bombas matam
no Oriente Médio...guerras e guerras...
Dezenas, centenas morrem,
Adaptar-se a crueldade,
Mortes no trânsito,
Loucos suicidas.
Prazer na desgraça
Sentidos mórbidos.
Olhar, tocar e chorar...
Gestos de dignidade
E de repente maldade
Sede do novo,
Sempre queremos mais
Chegar primeiro,
ter a atenção,
Ver ou contar,
aquilo que ninguém ainda sabe.
Quanto mais triste melhor,
Tragédias movem o mundo
As guerras nos atraem,
linha tênue vida e morte,
Sentir e ver o perigo, desgraça
Chegar a dor,
escorrer as lágrimas,
Somos bizarros...

SOMOS



Mentes que mentem,
Mentes que criam,
Mentes que vegetam,
Mentes que matam,
Mentes que vivem.

Corações que destroem,
Coraçãoes que cortam,
Corações que quebram,
Corações que afagam,
Corações que amam.

Vidas que fazem,
Vidas que desfazem,
Vidas que murcham,
Vidas que contagiam,
Vidas que sorriem.

Lágrimas jorradas,
Lágrimas colhidas,
Abraços dados,
Abraços apertados,
Tapas merecidos,
Tapas aborrecidos,
Beijos roubados,
Beijos molhados...

Somos obcecados,
Somos obscenos,
Somos instintivos,
Somos escondidos,
Somos explosivos,
Somos recatados,
Somos apaixonados,
Somos mortais,
Somos eternos,
Somos verbos,
Somos adjetivos.

ACABOU-SE



A conquista pode ser fácil,
o momento pode ser intenso.
Ser duradouro? Até pode ser.
Deixar ao léu...perigo, uma opção.
Sem cuidados, sem carinho...
Simplesmente torna-se obsoleto.
Alguém que passou,
não cativou,
poucas marcas deixou.
Um retorno improvável.
A mim pode passar ao longe,
pois o que sentia acabou.
Já não sinto o desejo,
apenas repulsa,
não quero o cheiro,
não quero o beijo
de quem já tive.
Não tenho mais o querer
Já não sinto ferver...
quero a distância do seu aroma.
Parece crueldade,
mas é verdade.
O seu toque é dispensável.