quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ele(a) não está afim de você: sinceridade x clichê

Quando, num talvez futuro casal, somente um está afim e o outro não, uma situação bem corriqueira. Inicialmente vem o encantamento, mas somente um se "encanta", e o outro que não foi enfeitiçado, ou foge sem explicações, ou diz a verdade nua e crua, ou enrola e finalmente o mais comum acontece vai no clichê.
Há aquele que foge sem maiores explicações, talvez seja o mais correto por ser menos doloroso, entretanto, deixará o apaixonado em desespero para reencontrá-lo e assim tentará conquistá-lo, mas o ideal é não reencontrar nunca mais. Quanto mais distante da roubada melhor será, pois o sofrimento será eliminado de início.
E o "super sincero"? Esse é o mais raro de se encontrar, pois nos dirá na lata: Eu não gosto de você! Mas até que ponto estamos preparados para esse tipo de rejeição ou verdade? Muitas vezes não suportamos ouvi-la, palavras que destroem o nosso orgulho, o nosso ego. Vários questionamentos vem em nossa mente. Quais os meus defeitos? Por que eu não consegui fazê-lo gostar de mim? Qual o meu problema? Por que não houve a química? E então nos punimos com penitências e paranóias, até atingirmos a fase do ódio para com o outro.
E há a pessoa que enrola, pois não tem coragem de dizer "paremos por aqui", já que o outro pode funcionar como uma válvula de escape num momento de carência, portanto, será mantido por comodismo até que ela encontre a pessoa ideal e tenha a coragem de meter o pé na bunda do outro. Ah! Sim, o apaixonado, contenta-se com migalhas e ficará nessa "relação" até levar o FORA. A dificuldade de cairmos na realidade é imensa, definitivamente somos capazes de nos jogar no fundo do poço e para sair de lá leva tempo. Podemos subir sozinhos após muitas quedas, ou aceitamos a corda jogada por alguém, aliás a corda é para sair do poço e não para se enforcar.
E aqui chegamos ao chamado "ser clichê", para te "dar o fora" usará palavras ou frases que "amenizem" a situação. Aliás, são várias e bem manjadas:
- Você é demais para mim e merece alguém melhor.
- Estou trabalhando demais e sem tempo para me relacionar.
- Estou confuso nesse momento e preciso repensar a minha vida.
- Não estou acostumado a pessoas independentes como você.
- O problema não é você, mas sim comigo.
- Você é a pessoa certa no momento errado.
- Não quero nada sério agora.
- Pertencemos a mundos muito diferentes.
- Você é sensacional, mas merece alguém que te dê mais atenção.
- Eu não me sinto preparado.
- Blá blá blá...
Essas frases "clichês" informadas acima significam: Ele(a) NÃO está afim de você! E não adianta, lutar, correr atrás, paparicar e fazer loucuras, pois é praticamente impossível que o sentimento surja.
Quando há o interesse real, o sentimento recíproco, não existirá "o problema sou eu", "não estou preparado para um relacionamento agora", "só tenho tempo para o trabalho" e etc e tal. O tal amor recíproco que muitos almejam, mas enquanto isso...Preferimos o quê? Aguardar o "fora ameno" ou o "fora realista"?

*Claro que não preferimos o fora...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

NUNCA ME ACHEI BONITA



Sabe o patinho feio? Então, fui aquela menina tímida, magrela, comum e meio nerd que ficava escondida na sala de aula torcendo para não ser chamada pela professora e ter que responder alguma pergunta.
Durante a minha infância e início de adolescência jamais despertei interesse de garoto algum, só se algum timído se interessou e eu não notei (risos). Eu não usava vestidos ou saias, pois me achava a palito. Assim cresci sem contar os meus complexos para ninguém.
Eu era uma garota dark que tinha os seus amigos, mas vivia num mundo de isolamento. Fabriquei escudos para me proteger do universo cruel. Sempre me achei sem graça, um ser invisível.
Somente comecei a me sentir melhor e não me achar tão feia, ao entrar na faculdade. Passei a me considerar uma mulher de beleza exótica e assim comecei  a gostar de mim, e notei a mudança em meu corpo, já não era tão magra e por isso despertei a atenção dos homens.
O meu corpo mudou, tornei-me  a “falsa magra” e os homens começaram a me procurar falando besteiras ou galanteios...todos já manjados. Fui com calma e não me deslumbrei com isso, pois na minha fase adulta comecei a ter aquilo que não tive em minha adolescência: o interesse dos homens.
Hoje sinto-me melhor, mas ainda tenho os complexos comuns às mulheres: celulite, estrias, altura indesejada e outros mais. E ainda vivo momentos que não tive em minha adolescência, referente a minha beleza, pois é! Posto fotos em redes sociais, para ter certeza de que não sou o “patinho feio”. Ahh! A eterna insegurança! Essa, criada pela sociedade nos impondo os terríveis padrões de beleza.
E essa carência que todos nós temos, seja qual for o momento queremos uma palavra de apoio, um abraço, um beijo, um afago...um elogio sincero.
Alguém me disse no Facebook que eu era linda e queria saber se eu teria necessidade de postar tal foto para ler/ouvir elogios de tantas pessoas, e se não seria bem mais interessante receber um elogio de quem realmente me importasse. Realmente, eu gostaria que isso acontecesse, mas ainda não ocorreu.
Já fui o patinho feio, a dark, a magrela, a garota invisível, a exótica, a adolescente tardia, a falsa magra, e outros tantos adjetivos que me foram dados durante essa minha vida. Não há como fugir desses rótulos, sempre somos taxados com algo, infelizmente.
Os rótulos, os padrões da sociedade, a moda, tudo isso nos deixa inseguros, principalmente, se temos algum tipo de complexo. Hoje tenho consciência de tudo isso e sou sim uma pessoa melhor, mas como o meu humor se alterna...há períodos em que me sinto a maravilhosa e outros a invisível, mas isso já é um outro tema que deixarei para depois...algo comum a todos seres, porém mais frequente com as mulheres.