quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MÁSCARA, LAMENTO, LOUCURA

Tem dias em que me imagino com alguma demência mental, onde me parece que eu seria mais feliz. Vivendo num mundo só meu, alheia ao mundo "real".
Tenho a sensação que os loucos são mais felizes, não há medo, não há imposições, não há limites. Em minha insanidade o chamado bullying não me afetaria, viveria sem me prender a regras, meio que eu estaria num incrível mundo de Bob.
Sei que as desvantagens existiriam, mas eu viveria bem habitando em minha loucura. Os meus sentimentos, ou melhor, os sentidos seriam outros e acredito que não me fariam tanto mal, estaria livre da angústia, da ansiedade e da confusão as quais me atormentam.
Sinto-me distanciando das pessoas, e quando as tenho por perto não sou eu por completo, sempre me protejo usando uma máscara para não ser descoberta a minha fragilidade. E a todo momento quero que me vejam bem, jamais me lamentando, afinal quais seriam os meus lamentos? Isso me perguntariam e me julgariam pela frente ou pelas costas, e mais questões me atormentariam.
Sim, isso é bem louco. Será que já estou entrando em processo de loucura? Acho que ainda não, afinal ainda tenho consciência do que estou pensando, somente não sei até quando.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

FOTOGRAFAR

Um ser invisível com a visão do todo. Ainda estou engatinhando no mundo da fotografia, e estou experimentando sensações como a de me tornar a mais discreta possível ao "invadir" cenas para captar o melhor momento, aquilo que deve ser o centro das atenções.
A visão do fotógrafo capta aquilo que não pode ser visto no ato, e que foi perdido no momento em que aconteceu, e de repente algo mágico foi apreendido pela lente, pelo olhar rápido, pelo clique infalível.
É muito engraçado estar do outro lado, fazendo parte de algo, mas de um ângulo diferente. Como estar numa cerimônia religiosa, mas com outro tipo de visão, enquanto todos estão parados e focados  num só lugar, eu devo andar e focar em tudo que deva ser registrado.
Somente quem ama a fotografia consegue compreender, digo isso porque mudei muito o meu olhar através das lentes, passei a enxergar coisas que antes me eram imperceptíveis, comecei a buscar detalhes, ampliar a minha mente, enxergar melhor o belo e o feio.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

FINGIR

Há dias que não quero falar com ninguém, apenas ficar em meu mundo e falar comigo mesma. Afinal, somente o meu eu poderá "compreender" as minhas loucuras. Mas como vivo em sociedade devo fingir.
E lá vou eu, criar um personagem que finge ser eu. Finjo que estou bem quando me perguntam, tento dar respostas que não gerem perguntas e não façam o meu personagem desabar, pois ele deve permanecer afável e simpático. As falas devem ser curtas e precisas, o tempo todo interpretando um humor irreal. De vez em quando poderá sair uns sorrisos verdadeiros, mas no mais sairão os sorrisos falsos, aqueles que me livrem de qualquer interrogação do meu interlocuto.
É isso! Tem dias que só desejo falar sozinha, sem gracejos e sem confusões que não sejam minhas. Quando há outras pessoas a minha volta tenho que controlar os meus fantasmas, uma tarefa que que algumas vezes é árdua.
E por essas e outras para mim torna-se mais fácil fazer a mulher invisível, e esse é o meu melhor personagem. Através dela fico na espreita, de olho em tudo, e ao mesmo tempo em nada. Quem me conhece sabe que dou aquelas minhas "stalkeadas", as vezes em quem me interessa. E faço isso para me certificar onde estou pisando, ou entro em lugares nunca dantes navegados, e vou parar bem distante. Consigo ir bem longe, fazendo vôos bem distantes, aliás sou bem avoada. 
Deve ser por isso que mantenho essa minha armadura, meu personagem, pois não quero dar explicações do mundo que é só meu, os meus mimimis, os meus blábláblás são somente meus.
Como ainda não tenho um analista fico com o meu personagem, a fake Ana que se isola e finge que está tudo bem, e dessa maneira vou vivendo.