Nesse mundo de superficialidade e do descartável, muitas vezes sinto-me um alienígena, pois não consigo entender os
sentimentos das pessoas.
Há momentos em que palavras são ditas, mas não me dizem nada, seja por
serem mentiras, ou porque não me exerceram atração alguma para prender a minha atenção. As palavras que são lançadas por piedade, mas falsas.
Parece que precisamos viver com mentiras para tornar a
"felicidade" possível. Viver na realidade é impossível, necessitamos da ilusão, do elogio falso. Coisas que me fazem viver em meu mundo
solitário, sinto-me na maioria das
vezes no planetinha do Pequeno Príncipe, conversando com a rosa
"orgulhosa". Tentando entender o sentido da vida, mergulhando em
filosofia e ao imaginar o humano a tristeza me vem à tona.
A velha crueldade humana, afiada e sangrenta, corta em
palavras e mata com armas letais e assim pouco a pouco destrói a minha esperança.
Essas as palavras que não
me dizem nada ou então me massacram, e assim na
maioria das vezes não há nada mais verdadeiro do que o silêncio, e nele busco me encontrar como se fosse o meu
psicanalista. Além dele há o olhar, pois é bem mais difícil utilizá-lo para fingimentos, há de ser um artista para tal feito, aquele que mente não olha nos olhos. E sem contar o agir...atitudes que valerão mais do que qualquer palavra ou frase que possa ser
"avassaladora".
Essa complexidade me tira do sério e amedronta, pois pensar demais nela pode acabar
levando a loucura já que entendê-la é praticamente impossível, melhor deixar isso para os estudiosos da
"atividade cerebral humana", ou correrei o risco de entrar num
"curto" ou "surto". E então
volto a minha realidade já que desvendar mentes
esquisitas, doidivanas, esquizofrênicas, assassinas ou psicopatas não está para mim.
E no planeta Terra fico caminhando em meio a um imenso
deserto, tentando buscar algo, os sentimentos reais, o "ser ou não ser".
Penso e repenso e concordo com o Pequeno Príncipe: "As pessoas grandes são decididamente bizarras!"
Somente encontrar a simplicidade, os valores das coisas que
realmente importam. Saber de minha importância junto a alguém que cativei, há de se ter a responsabilidade
de não decepcionar, agir sem
mentiras e dizer palavras as quais realmente digam algo e que não sejam o nada lançado ao vento.
Um comentário:
Compreendo perfeitamente esse sentimento que você descreve, às vezes a gente ver as pessoas fazerem (não fazerem) as coisas com tanta naturalidade que chega a amedrontar a forma fria como agem... E justamente por não compreendermos essa “ação” nós sentimos alienígenas, vivendo em um “planeta diferente”, porque essa aqui esta cheio de sentimentos falsos, palavras vazias e fica cada vez mais difícil a gente entender e confiar nos sentimentos de alguém .
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