segunda-feira, 19 de agosto de 2013

APENAS UMA TORCEDORA

Comecei a "entender" o futebol por volta dos 4 anos de idade, talvez. Digo isso, porque não há como saber ao certo, somente o que me lembro bem é de ver o Palmeiras na televisão, o ouvir os jogos pelo rádio junto com o meu pai. E tudo aquilo me fascinava, pois fui fisgada pela magia do futebol. E quando o meu pai ía aos jogos, eu tentava vê-lo através da televisão, mas nunca consegui identificá-lo, obviamente.
E lembro-me bem da primeira vez que vi o Palmeiras em campo, e pisei num estádio pela primeira vez, eu tinha 5 anos de idade e fui ao Morumbi (olhem só onde foi a minha estréia na bancada hahahaha) assistir Palmeiras versus Corinthians, e o meu Palestra perdeu de 1 a 0, comecei bem, só que não. Mas isso não me fez deixar de amá-lo, já que o verde tinha entranhado em mim de uma maneira que seria impossível retirá-lo e como o é até hoje.
Vi aquela derrota com olhar de criança, não fiquei triste porque vi o meu Palmeiras pela primeira vez em campo, vi o que era torcer num estádio, vi a festa, vi a tristeza, vi a alegria, vi a raiva, vi a paixão, vi as bandeiras tremularem (naquela época ainda haviam bandeiras com mastros), vi os fogos, e fiquei sem visão de jogo diante da fumaça, mas nem isso me aborreceu, aquilo fazia parte da festa, do mundo que eu escolhi para viver, para sofrer, para comemorar enfim para extravasar...ah bons tempos! Tempos de infância, onde eu só compreendia, derrotas, vitórias e empates.
Mas eu cresci, aprendi a ir sozinha ao Palestra, quando estava na bancada sentia-me a parte de um todo e não mais alguém só, um sentimento inexplicável, e passei a compreender o lado bom, mas também o lado ruim como a arbitragem e a ladroagem, logo em seguida veio a cartolagem e a pilantragem, e assim vieram os meus desencantamentos, porém nem as maracutaias me fizeram desistir desse amor.
Cresci, acabei me envolvendo mais com o Palmeiras, e assim "graças" as redes sociais  o envolvimento ganhou uma proporção imensa, conheci torcedores palmeirenses de todos os lugares do mundo, criei laços de amizade e desafetos, pois é hahahaha além do acesso a todo o tipo de informação sobre o meu time, de especulações, fofocas, intrigas e tals, 
Pensei até em me envolver com a política do clube, há um tempo atrás, mas percebi que não teria saúde para tal. E prefiro ainda me manter com um pouco daquela inocência infantil que me resta, cuidar mais da minha saúde, pois já me basta viver sob tensão a cada jogo.
Mas isso de política é complicado, alguns parecem querer que as pessoas escolham um lado, como se fosse o bem ou o mal, caso não escolha, não terá o direito de opinar em nada, como se tivesse regra para tal. Prefiro continuar como a torcedora que aprendi a ser quando criança, aquela que com o tempo aprendeu a cantar o hino do Alviverde imponente, que aprendeu a xingar a arbitragem, que aprendeu a identificar ídolos e pernas de pau, que aprendeu a elogiar e a vaiar de acordo com cada momento, a cada lance de uma partida. Cornetarei ou elogiarei quando achar que devo, como sempre o fiz e continuarei fazendo.
Aprendi também que o futebol envolve dinheiro, envolve renda, e que o mundo é movido a isso, o homem é movido a isso, aliás uma das regras do jogo, mas durante a partida o que vale para o torcedor é a emoção, tornei-me um ser bipolar, aquele que ama e odeia num intervalo de segundos, basta que aconteça um gol que nos salve ou um contra que nos mate.
Sou apenas uma torcedora, torço por melhores dias, por vitórias, por títulos, e sei que falo o óbvio, mas é isso! Dou o meu apoio total aqueles que procuram trabalhar e fazer o melhor pelo meu time, pois precisamos e muito disso. E por isso escolhi ser apenas uma torcedora, aquela que vê no rival o seu adversário, e não aquele que está ao meu lado de verde.
Não há como fugirmos da evolução, e nem o futebol escapa dela, e é por isso que escolhi manter um pouco da minha "inocência" preservada. A emoção de uma partida, de ver  de perto o meu Verdão no gramado, nada e nem ninguém tirará isso de mim. Estando acompanhada ou sozinha, sempre serei Palmeiras em campo.

Nenhum comentário: